Com tecnologia que levou quatro anos para ser desenvolvida, o primeiro relé fotocontrolador com chip brasileiro será instalado em Canoas e trará avanços no controle da iluminação pública.
O microcontrolador ZR-16S08 foi financiado pelo Sistema Brasileiro de Tecnologia é o primeiro a ser projetado e patenteado no Brasil. Lançado pela Exatron, empresa líder no Brasil em sensores de presença e relés para iluminação, teve o seu desenvolvimento feito pela Santa Maria Design House, vinculada à Universidade Federal de Santa Maria, e pela Chipus Microeletrônica, de Santa Catarina, pertencentes ao Programa CI-Brasil do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Instalados em postes da iluminação pública, os relés controlam quando as luzes se acendem e apagam. Neles, os microcontroladores são responsáveis por fazer conversões de sinal, ler temperatura, nível de luz e umidade, por exemplo.
O novo modelo, cujo desenvolvimento custou R$ 2,6 milhões e envolveu o trabalho de cerca de 60 pessoas, detecta de forma mais precisa o período que escure e amanhece e, com base nesses dados, qualifica as funções de ligar e desligar automaticamente nas ruas.
Durabilidade e segurança
O relé é capaz de identificar o melhor momento para acionar a carga. “Durante uma queda de energia causada por descarga elétrica em uma tempestade, por exemplo, o microcontrolador gerencia o relé para que ele aguarde o momento ideal de ligar, evitando queimas e danos”, explica Jorge Demoliner, diretor da Exatron.
A tecnologia representa também maior segurança para a população. “Com o microcontrolador, o acionamento das luzes nas ruas fica mais padronizado, ou seja, ou postes se iluminam com uma diferença de tempo menor, que hoje pode chegar a cerca de uma hora, prejudicando a segurança dos passantes e a visibilidade de motoristas”, afirma Demoliner.
Economia
Tantas funcionalidades refletem em maior vida útil do sistema de iluminação, e, portanto menor custo, já que a administração pública economiza em trocas e manutenções.
Os ganhos financeiros, porém, são ainda maiores, já que a novidade representa, especialmente, economia para os cofres nacionais. “Trata-se de algo inédito, porque importamos praticamente tudo em termos de componentes semicondutores, e isso representa alguns bilhões de dólares por ano que mandamos para o exterior, sem contar o domínio tecnológico que deixamos de adquirir”, explica o coordenador da Santa Maria Design House, João Baptista dos Santos Martins.
Incialmente, serão 100 unidades de teste instaladas em Canoas – de um total de 500 previstas. Neste momento, a aquisição está em fase de definição da documentação e dos locais onde os relés serão instalados. Após Canoas, outros municípios devem receber a tecnologia, de acordo com Demoliner.